Diante de novo surto de covid na China, Craft aposta na amplidão de seu escopo
Casos de covid na China, no que vem sendo chamado de o maior surto no país desde o surgimento do Sars-Cov-2, já paralisaram uma parte do porto de Shenzhen-Yantian, em junho, e desde 11 de agosto um terminal de Ningbo, e levaram ao cancelamento de cerca de 2.000 voos de companhias aéreas como Qatar Airways.
Ainda que atinja pontos localizados, e de forma espaçada, os episódios preocupam por dois motivos. Primeiro, porque ainda não se sabe a real extensão desta nova onda de Covid-19, que tem como principal agente a variante delta. Segundo, porque, em um mercado já carente de espaço, cada terminal ou voo suspenso representa acúmulo de carga, ou de demanda, para uma oferta muito restrita de contêineres.
Só em Shenzhen (cidade ao lado), que passou três semanas em quarentena, a estimativa é de que o fechamento do porto, em junho, tenha reduzido as operações em até 70%. Outros portos importantes, como Xiamen e Xangai, enfrentam congestionamento.
“Quando um terminal fecha, sobrecarrega os demais, além do fluxo dos caminhões e da zona retroportuária. São efeitos em cadeia: a paralisação atrasa a atracação de navio, a retirada ou chegada de carga, e assim vai”, diz Sadao Oshiro, gerente de LCL da Craft responsável pelas rotas da Ásia. “O armazém com que a Craft trabalha em Ningbo continua aberto, mas é afetado porque tem de distribuir a carga parada no terminal fechado.”
Segundo Thays Boscaine, coordenadora do trade Ásia no LCL, o porto que apresenta maior sobrecarga, no momento, ainda é o de Shenzhen.
No modal aéreo, não apenas a nova onda de covid, mas também a crise de espaço afetam aeroportos importantes como Pequim e Xangai. “Nas últimas semanas, tivemos 1.800 voos cancelados, de companhias aéreas que utilizam aviões de passageiros como cargueiros, num total de 65.000 toneladas, uma média de 50 toneladas por voo”, diz Lorena Jorge, gerente de procurement regional do Aéreo Craft.
As vantagens de ser Craft
Fora do continente, Hong Kong é outro foco de preocupação para o mercado marítimo em geral, mas não para a Craft. “Os armadores não estão confirmando booking na região. Vemos casos de cancelamento completo de reservas em agosto. Provavelmente, só vão liberar booking para setembro”, afirma Thays.
Isso acontece porque grande parte das empresas tem Hong Kong como hub. O diferencial da Craft, aqui, é contar com rotas alternativas.
“Nós conseguimos escoar 800 m3 de Hong Kong. Foram catorze contêineres extra no início do mês só para alocar essa carga”, conta Thays, lembrando que o trunfo da Craft, na Ásia, está em sua robusta estrutura de procurement — negociação de compra de fretes. Trata-se de uma ampla frente de trabalho e estrutura de inteligência em compras e consolidação, pela parceria com nosso agente local e da WSL, procurement center que tem a Craft como fundadora há treze anos. A WSL faz da Craft um dos maiores compradores de frete da Ásia para toda a América Latina.
Segundo Thays Boscaine, a Craft busca espaço em todos os flancos. “Com esse jogo do dia a dia, conseguimos salvar contêineres para o Brasil e para o Latam. Tentamos todas as alternativas, porque não podemos deixar a carga parada”, diz. “Temos escala graças ao espaço conquistado no apoio a clientes de todos os tamanhos no mercado, sempre tratamos cada um como o mais valioso, embarcando na alta ou na baixa temporada. E ter o maior escopo de serviços na Ásia nos ajuda muito a redirecionar a carga”, completa Sadao.
No FCL, nossa fortaleza são os contratos nomeados com uma ampla gama de armadores com locação garantida. Provedores os quais apoiamos de maneira consistente mesmo nos períodos de baixa demanda, e que hoje honram essa confiança conquistada de longa data. “Sempre estudamos por onde seguir e contamos com inteligência diária vinda direto da fonte na origem”, diz Waldan Ferreira, gerente de importação do FCL na Craft.
“O nosso diferencial é o vasto menu de hubs com que trabalhamos, que nos permite usar aeroportos onde não há voos cancelados”, diz a uruguaia Lorena Jorge. “Não dependemos dos serviços que o mercado oferece, criamos nossos próprios caminhos quando há aperto. Está na nossa veia criar soluções.”
Entenda a nova onda na China
Como em muitos países, a variante delta chegou à China e se espalhou com rapidez. A cepa tem transmissão duas vezes maior que as outras mutações desse coronavírus, segundo o CDC (Centers for Disease Control), órgão de saúde pública americana, e já chegou a metade das 32 províncias chinesas, levando algumas sobretudo ao leste e ao sul, a retomar medidas de distanciamento e a recomendar o uso de máscara.
Os chineses serão obrigados a usar máscaras em locais como shoppings, cinemas, praças e parques, de acordo com reportagem publicada pelo “South China Morning Post”. A proteção facial também volta no transporte público.
As restrições já estão tendo impacto sobre a economia, com analistas revisando para baixo as projeções de crescimento no terceiro trimestre, de acordo com o site do jornal Valor Econômico.